Congresso articula votação de anistia para envolvidos em atos de 8 de janeiro

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) avança no julgamento da chamada trama golpista, uma articulação no Congresso Nacional segue em ritmo acelerado para dar força à pauta da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e também ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos bastidores da Câmara dos Deputados, a movimentação pela aprovação do texto tem ganhado impulso. Nos últimos dias, nomes de peso passaram a atuar diretamente nas negociações, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além do pastor Silas Malafaia e lideranças do PL, que discutem os detalhes com a família Bolsonaro, entre eles o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo.

O líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), tem sinalizado a parlamentares que, caso haja votos suficientes e ambiente político favorável, não haverá como segurar a votação da proposta. Segundo líderes do centrão, os votos para aprovar a medida — que exige maioria simples — já estariam garantidos, restando apenas a definição do momento ideal para evitar atritos com o STF.
Nos bastidores, fala-se que o tema pode ser levado ao plenário em até duas semanas. A principal discussão envolve a extensão da anistia. A ala mais radical, que inclui Eduardo Bolsonaro, defende uma proposta “ampla, geral e irrestrita”, que poderia beneficiar não apenas os executores, mas também os planejadores dos atos, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, com possibilidade até de reversão de sua inelegibilidade.
Por outro lado, lideranças do centrão avaliam a necessidade de “calibrar” o texto, restringindo o alcance da medida para evitar maiores tensões institucionais.
No Senado, o clima é diferente, mas também favorável ao debate. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), estuda colocar em votação uma proposta alternativa à defendida pelos bolsonaristas.

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