Samir Xaud é eleito novo presidente da CBF com mandato até 2029

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) elegeu neste domingo (25) seu novo presidente. Samir Xaud, dirigente de Roraima, foi confirmado no cargo durante assembleia realizada na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Ele assume imediatamente e cumprirá mandato até 2029.
Embora fosse candidato único, Xaud não obteve unanimidade. Conquistou 103 dos 141 pontos possíveis. Estavam presentes 26 federações e 20 clubes. O sistema de votação atribui peso três ao voto das federações, peso dois aos clubes da Série A e peso um aos da Série B.
Também foram eleitos oito vice-presidentes: Ednailson Leite Rozenha, Fernando Sarney, Flávio Zveiter, Gustavo Dias Henrique, José Vanildo da Silva, Michelle Ramalho Cardoso, Ricardo Gluck Paul e Rubens Renato Angelotti.
Parte dos clubes que apoiavam uma candidatura alternativa não compareceu, em protesto contra o atual sistema eleitoral, que dá maior peso às federações. Ainda assim, Cruzeiro, Operário e Santos participaram da votação, contrariando o movimento de boicote. A Federação Paulista de Futebol e clubes como Bragantino e Ferroviária, que haviam sinalizado presença, não participaram do pleito.
Durante seu discurso após a eleição, Samir Xaud destacou que sua gestão será marcada pela renovação e pela busca de diálogo com diferentes atores do futebol brasileiro. Entre suas primeiras medidas está a proposta de redução dos Campeonatos Estaduais para 11 datas a partir de 2026 — atualmente, são 16.
“Nossa gestão será marcada pela renovação das ideias e pela agregação de todos aqueles dispostos a contribuir efetivamente para o desenvolvimento pleno do nosso esporte”, afirmou.
Além da presidência e vice-presidências, também foram escolhidos os novos membros do Conselho Fiscal da entidade: Simon Riemann Costa e Silva, Eduardo Rigotto Netto e Frederico Ferreira Pedrosa (efetivos) e Francinaldo Kennedy Lima Barbosa, Manoel Rodrigues Neto e Rodrigo Ferreira La Rosa (suplentes).
Conjuntura política
A eleição ocorreu em meio a um cenário de instabilidade. Pouco mais de uma semana antes do pleito, a Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, após questionamentos sobre a validade de um acordo firmado com a participação do ex-presidente Antônio Nunes, cuja assinatura foi considerada irregular. Ednaldo decidiu não recorrer da decisão e abriu mão de disputar a reeleição.
Em resposta ao afastamento, 19 federações estaduais se uniram em torno de uma candidatura que representasse renovação na CBF, o que resultou na escolha de Samir Xaud como nome de consenso. Paralelamente, houve uma tentativa de formação de uma chapa de oposição, liderada pelo presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, com apoio de clubes das ligas Libra e Liga Forte Futebol. No entanto, essa iniciativa não avançou por falta de apoio suficiente entre as federações, que têm peso decisivo na composição eleitoral da CBF.
Xaud recebeu apoio de 25 das 27 federações. Apenas São Paulo e Mato Grosso não participaram do movimento. Dez clubes também registraram votos favoráveis.
Próximos passos
Samir Xaud terá como uma de suas primeiras atribuições apresentar oficialmente o técnico Carlo Ancelotti como novo comandante da Seleção Brasileira. A contratação foi articulada ainda durante a gestão anterior.
O novo presidente assume a CBF em um momento de forte arrecadação — a entidade alcançou R$ 1,5 bilhão em receitas em 2024 —, mas enfrenta desafios políticos e institucionais, especialmente no que diz respeito à governança, ao diálogo com clubes e à modernização da estrutura do futebol nacional.
Desde 1979, a CBF foi presidida por:
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Giulite Coutinho (1979–1980)
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Octávio Pinto Guimarães (1980–1986)
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Ricardo Teixeira (1989–2012)
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José Maria Marin (2012–2015)
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Marco Polo Del Nero (2015–2018)
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Rogério Caboclo (2019–2021)
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Ednaldo Rodrigues (2021–2025)
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Samir Xaud (2025–)

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