Tensões Políticas: Divisões na Câmara do Rio sobre a Prisão de Suspeito no Caso Marielle

Tensões Políticas: Divisões na Câmara do Rio sobre a Prisão de Suspeito no Caso Marielle

No desenrolar do caso Marielle Franco, um dos pontos cruciais recentemente foi a votação na Câmara dos Deputados envolvendo a manutenção ou não da prisão de Chiquinho Brazão, um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora. O resultado revelou uma divisão entre os parlamentares do Rio de Janeiro.

Dos 46 deputados federais representantes do estado, uma maioria expressiva, correspondente a 60%, optou pela soltura de Brazão. Apenas 18 dos parlamentares posicionaram-se a favor da continuidade da prisão do acusado. Este panorama evidencia uma diversidade de opiniões e posturas dentro do cenário político fluminense.

A votação, realizada em quarta-feira no plenário da Câmara, foi marcada por ausências estratégicas e abstenções, aparentemente coordenadas pelo Centrão em um esforço para favorecer o parlamentar preso. No entanto, apesar dessas táticas, o resultado foi contrário aos interesses de Brazão, com a prisão sendo mantida por uma margem confortável de 277 votos a favor, contra 129 votos contrários e 28 abstenções.

Entre os ausentes, destaca-se o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, que alegou problemas de saúde, mas também indicou que, mesmo presente, não teria participado da votação, alinhando-se com o posicionamento do Centrão. Outros parlamentares, como Áureo Ribeiro, líder do Solidariedade na Câmara, declararam-se a favor da prisão, apesar de terem se ausentado momentaneamente da sessão.

Além disso, algumas figuras importantes estiveram ausentes, como Marcelo Crivella e Marcos Soares, enquanto representantes do PP optaram pela abstenção, sem explicar publicamente o motivo.

Por outro lado, houve vozes que se pronunciaram pela derrubada da prisão, incluindo a ex-ministra do Turismo Daniela do Waguinho e o pré-candidato à prefeitura do Rio, Otoni de Paula. Durante a análise do caso na Comissão de Constituição e Justiça, Otoni argumentou que as evidências contra Brazão eram insuficientes.

Este episódio revela as complexidades políticas e as diferentes interpretações sobre um caso que ecoa não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país, ressaltando a importância da transparência e da responsabilidade das instituições no processo judicial.

Foto: Os deputados federais Washington Quaquá (PT) e Marcelo Crivella (Republicanos) — Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Informações: https://extra.globo.com/